
Conheça a evolução industrial da Meber Metais sob a ótica de seu colaborador mais antigo
A história de Alzir Franceschini praticamente foi construída em conjunto com a da Meber Metais – e pela ótica de sua trajetória de vida, conta o panorama da evolução industrial – celebrando, nesse Dia da Indústria, lembrado em 25 de maio, com o elemento humano ainda é fundamental nesse setor.
Franceschini tinha menos de 20 anos quando começou sua vida profissional na Meber, então uma pequena empresa que operava num porão no centro de Bento Gonçalves como prestadora de serviços, em meados dos anos 1970. Mais de 50 anos depois, ele continua lá, hoje como diretor industrial da empresa que se transformou numa das principais fabricantes de metais do país. Nesse meio século, acompanhou as mudanças que fizeram da Meber, também, uma das plantas produtivas mais inovadoras da Serra, testemunhando todo poder transformador da indústria, cujo dia é celebrado neste 25 de maio.
A primeira transição que ele vivenciou foi na atividade-fim da empresa, atualmente instalada no distrito industrial. "Quando eu comecei, a Meber estava iniciando alguma coisa na fabricação de peças, como torneira de boia e peças para bomba de chope. Uma empresa precisava dessas torneiras de boia em latão, que não tinha na época, e daí a Meber começou a se transformar numa indústria", lembra.
O processo foi trabalhoso. Antes, a Meber precisou aprender a fundir. Depois, investir em infraestrutura, com a aquisição de equipamentos. "A empresa teve bastante dificuldade para sair da assistência técnica para ser fabricante", conta Franceschini. "No começo, o índice de descarte era altíssimo. Também era complicado de trabalhar com o torno-revólver. Tinha que pegar quatro vezes a peça na mão para usinar, não tinha a tecnologia que tem hoje. Depois foi melhorando o processo, mas não é um trabalho simples, há poucas empresas que fazem o que fizemos aqui no Rio Grande do Sul", observa.
Na época, todo o trabalho era manual. Franceschini lembra que, a cada dia, eram fundidas cerca de 100 peças. Nada comparável a hoje, em que é possível fundir até 4 mil por dia, graças a processos automatizados e à chegada de robôs. Hoje, apenas sete pessoas trabalham nos setores de fundição e de moldes, contra as 75 que chegaram a ocupar esses espaços há menos de 20 anos. A produtividade, portanto, aumentou muito. "Havia uns 40 torno-revólver. Dos quatro processos que eram necessários, hoje é só um. E tudo automático". Mas não foi apenas a produtividade que aumentou. A facilidade do trabalho também, assim como as condições de salubridade. "Hoje, as pessoas têm melhores condições de trabalho e se sentem mais satisfeitas, é uma realidade muito mais favorável para o trabalhador", compara.
Por isso, ele acredita que os avanços tecnológicos serão cada vez mais necessários, tanto para a competitividade dos negócios como para a satisfação dos trabalhadores. "A empresa que não evoluir a parte de inovação está sujeita a desaparecer. Acho que as pessoas vão ter que se moldar junto com a empresa para poder ter um futuro melhor", opina. Tudo isso também está atrelado à qualidade de produção. "Nós zelamos pela qualidade, pelo desempenho. Nossa empresa oferece 10 anos de garantia nos produtos. Isso quem faz são as pessoas, a empresa faz a parte dela, mas as pessoas que trabalham aqui também têm essa consciência", destaca o diretor.
Uma consciência que faz a Meber ir além do compromisso com sua produção. Chega ao meio ambiente e às pessoas. "São preocupações muito grandes na Meber", ressalta, ele próprio um exemplo desse cuidado com o bem-estar dos funcionários. "A Meber me chamar para voltar depois de 50 anos é um grande reconhecimento. Se eu estava em um setor, sempre queria aprender também as funções de outro setor, porque eu tinha a ambição de crescer dentro da empresa. Meu pai conseguiu esse emprego para mim quando eu era muito jovem e ele disse: 'tu vais trabalhar na Meber porque é uma empresa que vai te dar futuro'. Graças a Deus, as palavras dele funcionaram", diz.
É o desejo de se transformar, assim como a indústria faz, que leva Franceschini adiante. E a Meber também. "A empresa tem que inovar a cada dia, porque o que serve hoje pode não servir mais amanhã. Se a Meber tivesse continuado a produzir o que produzia há 50 anos, certamente ela não estaria onde está hoje", opina.